A sessão ordinária que abre os trabalhos da semana
foi pautada pelas discussões acerca da participação parlamentar goiana na
conferência do clima das Nações Unidas, a COP-29, em Baku, no Azerbaijão. Outro
assunto que suscitou debates da tribuna foi a possível retirada do pedido de
auditoria solicitada ao Tribunal de Contas sobre a gestão realizada pelas
Organizações Sociais em unidades hospitalares. O encontro regimental foi
transmitido ao vivo pela TV Assembleia Legislativa, no portal.al.go.leg.br e, ainda,
pelo Youtube.
Sem matérias apreciadas, a sessão ordinária da
terça-feira, 26, realizada de forma presencial no Plenário Iris Rezende, foi
oportuna para discursos sobre as mudanças climáticas e debates sobre a gestão
pública da saúde em Goiás.
O chefe do
Poder Legislativo goiano, Bruno Peixoto (UB), agradeceu aos colegas Dra. Zeli
(UB), Mauro Rubem (PT) e Rosângela Rezende (Agir) por representarem a
Assembleia estadual na COP-29, a conferência do clima da ONU, realizada em
Baku, capital do Azerbaijão, em novembro.
No Pequeno
Expediente, Dra. Zeli comentou sobre a conferência. Ela elogiou a vereadora
goianiense Kátia Maria (PT) pelo projeto Expedição Rio Meia Ponte, cujos
resultados a parlamentar da Câmara Municipal apresentou no painel “Experiências
locais: exemplos de boas práticas de municípios no combate às mudanças
climáticas”, em Baku. O projeto resultou na retirada de 253 toneladas de lixo e
437 pneus do rio. Além disso, 1.800 mudas de plantas nativas do Cerrado foram
distribuídas para replantio nas margens, e cerca de 3 mil pessoas participaram
da iniciativa como voluntários ou pesquisadores.
Rosângela
Rezende também abordou a ida ao evento. “A COP-29 era considerada a COP do
financiamento. Eram previstos R$ 15 trilhões [para ajudar os países em
desenvolvimento a enfrentarem os impactos das mudanças climáticas]. Foram
obtidos R$ 300 bilhões”, relatou, complementando: “Os países ricos vão ter que
pagar a conta para que o nosso Cerrado e nossa Amazônia fiquem em pé”.
Após
defender que o Brasil deve ser o país líder de uma transição energética justa,
que incluiria não penalizar o agro, a deputada comentou: “Toda vez que falo de
questões de mudanças climáticas e meio ambiente, sou tida como ambientalóide.
Não sou. Se trata do futuro da humanidade, do impacto [do clima] na população
mais vulnerável”.
Mauro Rubem
(PT) destacou, do evento, as mudanças necessárias para frear o aquecimento
global: “O Brasil fez, na COP-29, uma proposta ousada de redução de gases de
efeito estufa, que exige medidas concretas para reduzir o desmatamento. Isso
passa principalmente pela transformação do nosso dia a dia de consumo”,
pontuou. O deputado questionou quem nega o aquecimento do planeta, afirmando
que já vivemos eventos climáticos extremos.
Auditoria
relativa às OSS gera debate
Parte
seguinte da sessão ordinária, a Ordem do Dia foi marcada pela discussão do
requerimento nº 1446/24, de autoria de oito deputados, que solicita o
cancelamento de auditoria do Tribunal de Contas do Estado de Goiás (TCE-GO),
para verificação de contratos do Estado com as Organizações Sociais de Saúde
(OSS) e dos reais motivos pelos quais os prestadores de serviço e profissionais
da saúde estão sem receber.
Mauro Rubem
ressaltou que a auditoria em questão já vem ocorrendo e questionou sua
interrupção. “É estranho a Assembleia pedir para não investigar, não
fiscalizar, não ver os números. Segundo a Federação Nacional dos
Estabelecimentos de Serviços de Saúde, nos últimos anos, as OSS já deram de
prejuízo algo em torno de R$ 150, 200 milhões”, criticou. “Na troca recente da
OSS do Hugo [Hospital Estadual de Urgências de Goiás Dr. Valdemiro Cruz, em
Goiânia], quase todos os trabalhadores receberam no máximo a metade do que
tinham direito”, problematizou.
Gustavo
Sebba (PSDB) fez coro à fala de Mauro Rubem. “A Lei Orgânica do TCE deixa muito
claro sobre quem pode solicitar auditoria para a corte”, afirmou, sublinhando
que entre os autorizados a fazer esse pedido estão os presidentes de comissões
da Assembleia Legislativa e que ele mesmo, Sebba, enquanto presidente da Comissão
de Saúde, fez essa solicitação.
“Não vou
retirar esse pedido”, assegurou. “Queria entender qual o problema de o TCE ir
lá e falar ‘o pagamento está certo, o pagamento está errado, o pagamento não
foi feito’. Estamos apenas pedindo a um órgão auxiliar que se manifeste sobre
tanta denúncia que tem chegado a essa Casa. Só isso.”
Eventos
estaduais estão entre destaques de outros deputados
Ao
completar 60 anos nesta terça-feira, Bia de Lima (PT) também ocupou a tribuna
no Pequeno Expediente. Ela contou ter participado, entre sexta-feira e domingo,
de evento na Universidade Federal de Goiás, o 11º Congresso do Sintego, que
teve como tema “Educar para Cuidar do Planeta” e contou com a participação de
mais de 1.200 professores e funcionários administrativos das redes estadual e
municipais de ensino. Efeitos da inteligência artificial sobre a educação e das
mudanças climáticas sobre o planeta estiveram entre os tópicos de destaque,
relatou a deputada.
Lineu
Olimpio (MDB) ressaltou a realização do evento Conecta Goiás Prefeitos,
organizado pelo Executivo goiano por meio da Agência Goiana de Habitação
(Agehab), da Secretaria de Infraestrutura estadual e da Agência Goiana de
Infraestrutura e Transportes (Goinfra). “Esse encontro deu uma ideia do que vai
ter de apoio do Governo aos municípios goianos”, sintetetuzou. Em seguida,
convidou os colegas deputados a participarem do Encontro Anual de Gestores, que
a Federação Goiana de Municípios realizará, nos dias 4 e 5 de dezembro, na
Capital.
Cairo Salim
(PSD) abordou a questão da saúde em Goiânia. “Vivemos uma dicotomia”, afirmou.
“Goiânia é referência para o Brasil na qualidade da saúde. Pessoas
endinheiradas vêm para a Capital para fazer tratamentos, virou a capital dos
ricos paraenses, maranhenses, baianos, mato-grossenses, tocantinenses, que vêm
para pagar tratamentos de excelência aqui”, prosseguiu, para contrapor:
“Contudo, também somos a capital dos pobres desses estados, porque não tem
saúde nesses lugares. Nossa obrigação é atendê-los, e atendê-los bem, porém o
sistema chegou a um ponto caótico, e tem culpa a prefeitura de Goiânia.”
Já o
deputado Major Araújo (PL) usou a tribuna no Pequeno Expediente. Ele abordou a
questão de militares que foram para a reserva sem obter benefícios previstos em
lei, agradeceu aos que compareceram na sessão ordinária desta terça-feira e se
comprometeu a solucionar o problema por meio de um projeto de lei. “Faremos
tudo para que esse projeto tramite com a celeridade devida e para que ninguém
sofra prejuízo por mais tempo”, emendou.
O Plenário
volta a reunir-se na tarde desta quarta-feira, 27.
FONTE: Agência Assembleia de Notícias
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