Câmara de Anápolis aprova suplementação do orçamamento para pagamento de folha e gastos na Saúde

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Câmara de Anápolis aprova suplementação do orçamamento para pagamento de folha e gastos na Saúde

 

Em sessão extraordinária realizada na quinta-feira, 12, a Câmara Municipal de Anápolis aprovou a suplementação do Projeto de Lei que garante o pagamento de algumas despesas do orçamento, como pagamento de pessoal e aporte na Saúde.

A emenda, proposta e liderada por Andreia Rezende (Avante) e ajustada em Plenário por outros parlamentares, direciona cerca de R$ 153 milhões para as áreas mencionadas.

Outros gastos que não foram detalhados em planilhas pelo Executivo serão analisados e votados posteriormente, após a apresentação dos números pela gestão municipal.

Entenda

Na prática, a lei enviada pelo Executivo aumentaria o orçamento, ainda disponível de 38%, para 50%, um acréscimo de R$ 259 milhões. Apesar disso, o Legislativo recusou a proposta, o que fez o Executivo enviar nova matéria.

O projeto foi chamado de “cheque em branco para o Executivo”, ou seja, para o atual prefeito Roberto Naves (Republicanos) por vereadores contrários, e de “condição imprescindível para pagar os servidores” por defensores da medida.

Com o novo projeto, a Prefeitura de Anápolis explicou que o remanejamento no orçamento é necessário para manter os serviços essenciais municipais. Por isso, Naves solicitou no documento que a matéria seja votada “em caráter de urgência”.

“A presente solicitação se faz necessária devido às necessidades das despesas dos serviços essenciais mantidos pelo Poder Executivo”, diz o texto enviado ao Legislativo. “Especialmente para o pagamento da folha dos servidores públicos municipais referente ao mês de dezembro, o décimo terceiro salário, assim como arcar com os encargos sociais a ela inerentes e as verbas rescisórias do quadro de pessoal exonerado no último mês do exercício vigente”, acrescenta.

Segundo o documento, a administração municipal conseguiu um acréscimo na arrecadação de R$ 120 milhões e outros R$ 20 milhões provenientes do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A gestão argumenta que os valores seriam a “devida reserva” para os pagamentos desejados.

Outro ponto que o projeto destacou foi que o texto não deseja alterar o remanejamento de crédito orçamentário de 38%, aprovada pela Casa na Lei Orçamentária de 2024. No entanto, o prefeito pede para que os vereador permitam que sejam excluídas da suplementação os funcionários da Saúde, Educação, Assistência Social e Previdência Social.

Polêmica

Nos bastidores, representantes da base de Márcio Corrêa afirmaram que todos os vereadores querem que a folha seja paga — a base incluiu uma emenda no projeto retirando limites para pagamento da folha do cálculo do orçamento. A polêmica, dizem membros do grupo, seria uma “cortina de fumaça” para justificar uma eventual incapacidade de honrar os débitos.

Vereadores afirmaram que a polêmica no projeto se deveu ao fato do texto não especificar o uso das despesas suplementares, e ao temor de não pagamento da folha causado entre servidores.

O líder do prefeito na Câmara, Jackson Charles (PSB), pediu na tribuna: “Chega de picuinha entre a base do prefeito eleito e a do prefeito atual. Vamos abrir diálogo para resolver o impasse. Temos de trabalhar pelo pagamento dos servidores públicos que fazem com que a cidade funcione.”

O vereador Jean Carlos (PL) foi cético quanto ao risco de não pagamento da folha: “A suplementação é uma prerrogativa regular do Executivo. Mas quero alertar o Executivo que o projeto atual está excluindo do cálculo contábil algumas despesas. Ou seja, tudo isso poderia ter sido evitado se, desde o primeiro projeto, constasse a despesa orçada e a despesa realizada. Temos saldo orçamentário de R$ 180 milhões. Temos de agir com cautela para evitar temor nos servidores.”

Histórico

Em vídeo publicado nas redes sociais na terça-feira, 10, o prefeito de Anápolis, Roberto Naves, reclamou do que chamou de uma tentativa de “transformar a cidade em caos”, se referindo à negativa da Câmara Municipal a um projeto de lei enviado que exclui da suplementação do orçamento aprovado pela Casa, de 38%, os créditos suplementares para despesas como pagamento de pessoal, pagamento de cumprimento de sentenças judiciais e aporte de saúde – o que, na prática, aumentaria o orçamento ainda disponível neste ano para a Prefeitura.

“Se não tiver a autorização da Câmara de Vereadores, os servidores da prefeitura ficarão sem receber. Nós não conseguiremos pagar a gasolina das ambulâncias do SAMU e nem o dinheiro da Santa Casa”, disse, acrescentando que a Prefeitura de Anápolis tem dinheiro em caixa, mas depende da aprovação da Câmara.

Contudo, conforme fontes da Câmara Municipal, o projeto de lei enviado por Roberto Naves em caráter de urgência seria uma espécie de “cheque em branco” a ser dado ao Executivo a 20 dias do fim da gestão. Interlocutores do Legislativo alegam que, após a aprovação do orçamento de R$ 2,1 bilhões para 2024, a suplementação de 38%, equivalente a mais de R$ 820,3 milhões, para uso livre do prefeito foi avalizada justamente diante da percepção do surgimento da necessidade de remanejamentos, “seja por uma receita que não ocorreu, ou alguma mudança na política de governo”.

 

 

Da redação

 

 

 


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